Veja dicas de atrações e restaurantes em Santa Teresa. Uma cidade charmosa, colonizada por italianos e que oferece excelente gastronomia e muito vinho, na região do imigrante do Espírito Santo.
Localizada a cerca de 1 hora da capital Vitória, Santa Teresa é reconhecida como a primeira cidade fundada por imigrantes italianos no Brasil. Também é responsável por 80% da produção de uva e vinho do estado do Espírito Santo. E pra completar (como se precisasse de mais elogios) é chamada de “A doce Terra dos Colibris”.
Nesse post conto o porquê me encantei por Santa Teresa, mostrando as principais atrações da cidade e indicando alguns dos deliciosos restaurantes que conheci.
Visitei a Região dos Imigrantes do Espírito Santo junto com outros 22 blogueiros no 4º Pocando no ES, realizado pelo blog Capixaba na Estrada, no mês de Abril/2018.
Índice do Post
Como chegar?
Santa Teresa está localizada em média a 700 metros acima do nível do mar, possuindo um clima tropical de altitude sendo caracterizado por invernos secos e frescos e verões quentes e úmidos.
A cidade fica a cerca de 1 hora e meia da capital Vitória. O trajeto indicado é seguindo pela BR 101, até a altura de Fundão, onde se deve seguir a indicação das placas para ES 261.
Também é possível chegar à Santa Teresa partindo de Santa Leopoldina pela ES 080.
O novo aeroporto de Vitória está recém-inaugurado e recebe voos das principais cidades do país. Dessa forma, é possível (e aconselhável) conciliar a visita entre a capital Vitória, sua irmã Vila Velha, a região dos imigrantes, a região de Pedra Azul e as praias de Guarapari. 🙂 Sugiro uns 10 dias para percorrer esse roteiro com calma.
É possível fazer o percurso de Vitória até Santa Teresa de ônibus com a Viação Lirio dos Vales. Mas o ideal é fazer o trajeto de carro, até para facilitar no deslocamento entre os pontos turísticos. Dessa forma, considere alugar um carro e aproveitar uma roadtrip pelo estado 😉
Se alugar um carro não for possível, recomendo entrar em contato com o Marcelo, do Guia e Turismo. Ele é guia de turismo cadastrado e foi o guia oficial durante as 3 edições anteriores do Pocando no ES.
Assim como muitas cidades do interior, Santa Teresa não tem muito movimento durante a semana, portanto o ideal seria organizar sua viagem para passar um final de semana pela região.
O que fazer em Santa Teresa
Como comentei anteriormente, Santa Teresa é famosa por sua colonização italiana e é em torno dessa colonização que gira todo o turismo da região. Assim, um roteiro por Santa Teresa inclui museus, casas históricas, vinhos e muita comida boa 😉
Para aproveitar melhor o seu tempo pela cidade e conhecer um pouco da história da região, indico o Guia Jeferson, da Jefinho Expedições. Ele foi o guia oficial dessa edição do Pocando no ES e é natura de Santa Leopoldina, sendo um expert em ecoturismo. 😉
Laticínio Lorena.
Tá certo que visitar uma loja/fábrica de laticínios não é exatamente uma atração, mas nesse caso uma parada na Laticínio Lorena deveria entrar na lista de atividades necessárias. 🙂
Se você sair de Vitória e pegar o caminho que passa por Fundão, vai inevitavelmente passar pela Laticínio Lorena. E eu indico a parada para já comprar uns queijinhos para curtir o friozinho da serra com os vinhos que você vai encontrar em Santa Teresa.
Mas também não deixe de provar os iogurtes! Uma delícia! E muitas outras opções!
Igreja Matriz
O Centro Histórico de Santa Teresa é uma gracinha com as construções do séc. XIX. Mas a Igreja Matriz se destaca.
Situada ao lado da famosa Rua do Lazer, foi construída numa parte mais alta, o que dá um grande destaque. Foi construída em 1906, mas passou por várias reformas, sendo a última bem recente.
Museu de Biologia Professor Mello Leitão
Bem no centro da cidade está o ponto turístico de Santa Teresa que mais me encantou.
O Museu de Biologia Professor Mello Leitão é um oásis de natureza em meia a cidade. Uma área verde enorme, que conta até com um pequeno riacho foi a casa e área de estudo e pesquisa de Augusto Ruschi. (Entrada Grátis)
O ponto alto do passeio é a “varanda dos colibris” onde alheios às lentes das câmeras, os beija-flores desfilam toda sua graça e leveza.
Galeria Cultural Virginia Tamamini
Na parte térrea do prédio fica a Galeria do Artesanato, que reúne diversos produtos produzidos pelos produtores locais, indo desde artesanatos propriamente dito à biscoitos e vinhos. É o local certo para compra de lembrancinhas.
No 2º andar está o Museu de Imigração Italiana. Conta com um acervo riquíssimo sobre a história dos imigrantes que chegaram pelo porto de Vitória e seguiram para a região dos imigrantes.
99% do acervo do museu foi doado pelo Frei José. Ele tinha muito apego pela história e foi juntando objetos, até que doou tudo para o município objetivando a abertura do museu.
O Museu da Imigração é autoexplicativo: são diversos painéis contando a história e trajetória dos imigrantes, além de diversos objetos ilustrando os cenários.
Funciona de 5ª a domingo, de 9:00 às 12:00 e de 14:00 às 17:00.
Entrada: R$2,00
Casa Lambert
Uma das primeiras construções da cidade data de 1875 e foi construída pelos irmãos Antonio e Virgílio Lambert. Os 2 irmãos nasceram na região de Trento, no norte da Itália e ao chegarem no Brasil construíram a casa de pau a pique (barro e madeira).
Em 1899 eles construíram a Capela de Nossa Senhora da Conceição. Os próprios irmãos esculpiam as imagens de madeira. Essa capela ficava no mesmo terreno da casa, mas hoje, uma rua foi aberta separando as duas construções.
A Casa Lambert foi construída em 2 andares por uma situação bem curiosa: a região de Santa Teresa era bem abundante em mata naquela época e com muitos animais. Dessa forma eles dormiam na parte de cima da casa e suspendiam a escada para que nenhum animal os atrapalhasse durante a noite.
Em 1940, com o crescimento da família, eles construíram mais um cômodo, já de tijolos. (é a parte que se destaca da construção).
A casa é tombada como Patrimônio Histórico Estadual pelo Conselho Estadual da Cultura e hoje funciona como um pequeno museu/casa de memória. O mais legal desse museu é a história contada em forma de cordel, achei bem criativo.
Entrada: R$2,00 inteira e R$1,00 meia entrada.
Cantina Mattiello
Ponto de parada obrigatório para quem vai a Santa Teresa e quer experimentar uns vinhos produzidos na região. A Cantina Mattiello já chama atenção desde a fachada por onde entramos através de barris de vinho.
Por lá podemos comprar vinhos e licores, além de queijos, embutidos, biscoitos, etc. (eu experimentei uma bolinha crocante recheada de queijo e goiabada maravilhosa, tratei logo de trazer um pequeno estoque para casa kkk)
O carro chefe da casa é o Vinho de Jabuticaba. Foi através do vinho de Jabuticaba que a família Mattiello iniciou sua produção. (Confesso que achei o vinho de Jabuticaba muito doce, não agradou ao meu paladar).
Nós fizemos à visita guiada à fábrica, com posterior degustação de alguns vinhos. O meu preferido foi o vinho Grano Doro, um melhoramento da bordô.
Para informações de horário de funcionamento e agendamento de visita guiada com degustação, acesso o site o www.cantinamattiello.com.br ou entre em contato pelo telefone (27) 99908-5282.
Rampa de Voo Livre Amauri Fernandes
E quando você pensa que Santa Teresa já te surpreendeu o suficiente, você descobre um mirante, a 915 metros de altitude de onde você consegue uma linda vista da serra capixaba, além de poder ser contemplado com um belíssimo por do sol.
A Rampa de Voo Livre fica no circuito Caravaggio, uma estrada de terra com cerca de 8km de extensão, onde encontramos alguns outros empreendimentos de Santa Teresa além de algumas hospedagens.
A Rampa está situada em uma propriedade particular e por isso cobra uma taxa de R$3,00 por pessoa.
O local é amplo, e conta com uma lanchonete.
E se você quiser saltar de parapente, afinal essa é uma rampa de voo livre 🙂 entre em contato com a escola de voo livre Volare nos telefones (27) 99848-6734 e (27) 99815-5674.
Casa dos Espumantes
No Circuito Caravaggio também é possível visitar a Casa do Espumante, primeira produtora de espumante do Espírito Santo e o único lugar que produz espumante de Jabuticaba no mundo (sinceramente não entendi porque os capixabas gostam tanto de colocar jabuticaba nas bebidas alcoólicas kkk).
Casa dei Liquori
Para fechar as atrações visitadas no Circuito Caravaggio, temos a Casa dei Liquori, que como o próprio nome diz, fabrica licores artesanais.
Eu amo licores artesanais, principalmente os cremosos e confesso que os licores vendidos na Cantina Mattiello me agradaram mais, mas isso é uma questão de gosto pessoal e acredito que você deva experimentar para decidir o que agrade melhor ao seu paladar.
Biscoitos Claid’s
Na hora de ir embora (ou na chegada), uma paradinha na grande loja de Biscoitos Claid’s, marca famosa de biscoitos caseiros como casadinhos e biscoitos de natas.
A variedade é incrível (são mais de 70 opções) e impossível não sair com um estoque deles para levar pra casa :).
A loja fica bem na entrada da cidade o que garante um fácil acesso.
Gastronomia em Santa Teresa
A maioria das opções gastronômicas de Santa Teresa situa-se na Rua do Lazer, com diversos bares e restaurantes. O local é bem movimentado a noite e aos finais de semana no almoço.
As opções são diversas, mas vou indicar 3 estabelecimentos que provei e aprovei.
Taberna Lounge
Com uma decoração medieval, o Taberna Lounge apostou num estilo criativo que agradou em cheio.
Os pratos são variados servindo desde massas em porções individuais à tábuas de carne que servem 2 pessoas.
Fabrício Bar e Restaurante
A decoração aqui já é mais charmosinha e os pratos são mais comuns o que não significa simples ou básicos. Muito pelo contrário, a apresentação dos pratos é impecável.
No Fabrício Bar e Restaurante encontramos opções de parmegianas, massas, risotos e sopas.
Santa Sfiha
Novidade recém inaugurada quando da nossa visita, a Santa Sfiha surpreendeu.
Uma casa de sfihas mas com sabores bem selecionados incluindo sfihas salgadas e doces maravilhosas. Difícil escolher a melhor.
Santa Teresa me lembrou muito a cidade de Nova Veneza e a Serra do Rio do Rastro, no sul de Santa Catarina. A Casa Lamberti me remeteu às Casas de Pedra e a Rampa de Voo Livre me surpreendeu tal como o Cânion da Ronda.
Essas comparações seriam realmente inevitáveis, afinal estamos falando de 2 regiões colonizadas por Italianos, na mesma época, e vindos do mesmo cantinho da Itália.
Santa Teresa ainda guarda outros cantinhos que não tive oportunidade de visitar dessa vez, mas que com certeza desbravarei muito em breve. 😉
*Gostaria de agradecer a todos os patrocinadores do evento pelas hospedagens, refeições, transportes, passeios e brindes mas ressalto que todas as opiniões, recomendações e sugestões são baseadas em experiência própria.*
Muito obrigada, Aline pela detalhada resposta. Que bom que a cidade não é forte em hoteleria!
Estamos buscando lugares onde haja paz já que minha experiéncia em nosso país é com turistas destruidores 🙂
Encontrei um chalé novo a 1 Km da cidade, se chama Eleganza. Muito atenciosos os donos e sei que vão cuidar bem de minha mãe. Quanto a carro, não tenho nem penso ter. Como se nota, estou alinhada à luta de Greta Thunberg e Naomi Klein.
Aliás, viva estas defensoras de uma vida simples que não cause mais dano ao nosso mágico planeta 🙂
Muita sorte a vc e aos seus,
Miriam
Olá Miriam,
fico feliz que tenham encontrado a hospedagem adequada.
Gostaria que, se puder, nos contasse depois como foi a viagem, principalmente na questão sem carro, para atualizarmos nosso post. =)
Olá Aline,
Não sou de seguir blogs turísticos, mas o se nota que você é de uma pessoa que sabe viajar, escrever, apreciar detalhes da vida cotidiana e cultural e sobretudo a natureza sem interesse em consumismo e turismo barulhento de aventura 🙂
Acabo de reservar do dia 27 de janeiro a 1 de fevereiro um quarto na Pousada Caravaggio, onde vou ficar com minha mãe que completou 90 anos. Somos de MG e de origem libanesa. Gostamos de lugares rústicos e da roça.
E o lugar parece ideal.
Mas lendo as resenhas de hóspedes recentes fiquei desanimada. Muitos reclamam de questões básicas como higiene, barulho e atenção da propriétaria. Então já estou pensando em cancelar.
Sei que este não é seu trabalho, mas você recomendaria este lugar? Se não, poderia me indicar outro que não seja luxuoso (simplesmente não gosto do astral destes lugares)? Por último, de 27/1 a 1/2 é época de pico na cidade? Se for prefiro não ir. Neste caso, você recomendaria outro lugar onde não haja multidões.
Muito obrigada por sua atenção e excelente trabalho,
Miriam
Olá Miriam,
fico feliz que tenha gostado dos nossos textos.
Durante a semana Santa Teresa não tem muito movimento, mas acho perfeito para aproveitar a cidade. Só atente que é verão e o sol pode estar um pouco quente.
Sobre a Pousada Caravaggio, eu não conheço. Infelizmente a região ainda não tem um forte em hoteleria e a expectativa tem que ser alinhada a realidade do local.
Atente-se que ela fica fora do centro da cidade, então pode ser interessante estarem de carro.
Uma outra opção, no mesmo valor, mas aparentemente muito mais charmosa é a Pousada Chalé dos Ipês (também não fica no centro da cidade).
Espero ter ajudado.
Abraços e boa viagem,
Aline.
Muito boa as dicas, ajudou muuuito meu roteiro!
Fico feliz de ter ajudado.
Volte sempre =)